Depressão é o nome atribuído a um conjunto de alterações comportamentais, emocionais e de pensamento. Tal quadro, geralmente, faz com que as pessoas acometidas por esta doença passem a manifestar as seguintes posturas:
Tais alterações trazem prejuízos significativos em várias áreas da vida. Por isso, aquele que está deprimido passa a ver e sentir o mundo de uma forma diferente. Ou seja, passa a manifestar suas emoções de uma maneira distinta do habitual. Em muitos casos, especialmente por existir preconceitos e tabus quanto ao quadro depressivo, muitas pessoas tentam esconder ou disfarçar a tristeza que está sentindo. Por isso, frequentemente, pessoas com depressão procuram ser engraçadas ou rir para driblar o estado melancólico em que vivem.
Depressão não é simplesmente uma fase de tristeza, de “fossa” ou “baixo astral” pela qual alguém está passando. Tal quadro também não deve ser vista como frescura, falta de Deus, ou ausência de fé. A depressão é um estado corporal e emocional indesejável e constante, acompanhado de mudanças comportamentais que independem da vontade daquele que as está vivenciando tal quadro. E, para agravar ainda mais a situação, há uma alta correlação entre esta patologia e o suicídio. Ao contrário do que se imagina, a incidência da depressão é algo muito freqüente. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a depressão afeta cerca de 121 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, 5,8% da população sofre de depressão. Isso significa que quase 12 milhões de brasileiros sofrem com a doença, colocando o país no topo do ranking no número de casos de depressão na na América Latina.
A depressão maior caracteriza-se pela combinação de alterações comportamentais, emocionais e de pensamento que incapacitam o indivíduo a realizar suas atividades profissionais, acadêmicas e de lazer, além de provocar alterações em seu apetite e sono.
Já a distimia é considerada um tipo menos severo de depressão, em que não se observa a incapacitação, mas na qual estão presentes mudanças indesejáveis de humor e outras alterações comportamentais. Pessoas constantemente mal-humoradas podem, na realidade, estar sendo acometidas, sem saber, pela distimia.
O transtorno bipolar, anteriormente denominado como psicose maníaco-depressiva, possui uma prevalência menor do que os dois tipos anteriores e caracteriza-se por uma oscilação extrema de humor que vai da mania (episódios de alegria) à depressão (episódios de tristeza).
As causas da depressão estão na combinação de fatores orgânicos, ambientais/históricos (acontecimentos ao longo da vida) e sócio-culturais. Os fatores históricos, também chamados de psicológicos, são de extrema relevância tanto no surgimento quanto na permanência dessa patologia. Uma história de vida com muitas perdas afetivas, perdas financeiras ou na qual há dificuldades para se alcançar os objetivos traçados pode ser um “terreno fértil” para a depressão. Por essa razão, é importante ressaltar que um histórico de experiências desagradáveis pode não apenas desencadear como manter um quadro de depressão. Por isso, é importante que a pessoa desenvolva novas estratégias comportamentais para lidar melhor com estas questões e conseguir melhores resultados.
A Psicoterapia Comportamental tem se mostrado extremamente eficaz no tratamento de indivíduos com depressão, pois auxilia no aprendizado de atividades fortalecedoras, as quais possibilitam uma maior satisfação e devolvem o sentido da vida às pessoas. Além disso, a Terapia Comportamental promove uma conscientização sobre os pensamentos e ações que podem desencadear um quadro depressivo, fazendo com que a pessoa passe a evitá-los e super-los.
Alguém com depressão necessita de tratamento adequado, o qual, em alguns casos, é uma combinação da psicoterapia (Terapia Comportamental) com o uso de medicamentos antidepressivos eansiolíticos. Embora seja comum as pessoas fazerem uso apenas dos medicamentos, é recomendável que as mesmas participem de processos psicoterápicos para obter melhores resultados e não depender dos remédios para o resto de suas vidas. O ideal é que você não se torne dependente de medicamentos para viver sem os sintomas da depressão, mas sim que trate estes sintomas a partir das causas, removendo-as, para que você tenha autonomia em sua vida. Por isso, veja essas dicas:
Não fique desanimado ao acordar deprimido na manhã seguinte. Dê continuidade ao tratamento e às coisas que tem feito objetivando melhorar. A recuperação leva tempo.
Família e amigos podem ajudar alguém com depressão. Neste caso, a família pode estimular e promover os meios necessários, para a pessoa buscar profissionais capacitados a diagnosticar e tratar a depressão. Outra forma de ajuda, após o início do tratamento, é observar as melhoras no estado de humor do indivíduo. Do mesmo modo, é importante ficar atento às atividades de lazer, de estudo e profissionais, dando feedbacks, ressaltando suas mudanças. Isso ajuda no processo de conscientização dos resultados.